Como imaginar uma mudança na sistemática de trabalho, que implique em absorver novas culturas e métodos, pelas pessoas de uma empresa que já estão muitas vezes há dezenas de anos acostumados a sua rotina?
Para entender estas questões deve-se primeiro buscar o entendimento do que significa gestão de mudanças, também conhecida como mudança organizacional.
O que é gestão de mudanças?
A gestão de mudanças pode ser definida como a aplicação de um processo estruturado e de um conjunto de ferramentas para liderar o lado humano durante o processo, afim de atingir o resultado do negócio desejado.
Ela busca trabalhar com todos os níveis e camadas da empresa com o objetivo de prepará-los para as mudanças em curso, desde o indivíduo passando pelas equipes, gestores e alta diretoria até a organização como um todo.
É uma abordagem única que frequentemente não é aplicada de maneira adequada no ambiente empresarial.
Uma das principais características da gestão de mudanças está centrada na forma como as pessoas e as equipes são afetadas por um processo de transição organizacional.
Obstáculos enfrentados para implantar a gestão de mudanças
A resistência à mudança tem sido entendida como a principal causa de conflitos indesejáveis e prejudiciais à organização dificultando assim a implantação de um sistema de gestão em segurança e saúde do trabalho, porém pode ser minimizada com técnicas apropriadas.
A mudança é geralmente temida porque pode ameaçar os direitos adquiridos e alterar à maneira estabelecida de realização das tarefas.
Outro fator que interfere na aceitação desse processo, são as questões culturais que podem transformar-se em entraves ou obstáculos significativos para as mudanças requeridas quando da implementação de um sistema de gestão, como a de segurança e saúde do trabalho, por exemplo. Portanto, conhecer a maturidade da cultura existente numa empresa é essencial para a formulação de planos de mudanças, quando necessárias.
Benefícios alcançados com a gestão de mudanças
O processo de implantação de um sistema de gestão agrega valor à cultura organizacional, pois desenvolve competências relacionadas ao planejamento e execução das atividades, prioriza a capacidade de trabalho em equipe e promove a confiabilidade do sistema produtivo.
Implementar um sistema de gestão de segurança e saúde do trabalho traz benefícios para a empresa, como o alinhamento das necessidades dos trabalhadores com a política e diretrizes de segurança, transmissão de mais confiança para os clientes internos e externos e diminuição da susceptibilidade da empresa em relação aos passivos trabalhistas e de fiscalização.
Contudo, para se obter sucesso na implementação desse tipo de sistema, a empresa deve buscar, por meio de atitudes e recursos, a direta e intensa participação de todos os trabalhadores.
A demanda de uma empresa para implantar um sistema de gestão em segurança e saúde do trabalho, terá que de alguma forma, atender aos aspectos que norteiam a gestão de mudanças.
É óbvio que o tamanho ou tipo da mudança que deverá ocorrer dependerá do diagnóstico da própria empresa e de quanto ela está afastada dos padrões propostos pelas normas que compõe o sistema de gestão.
Deve-se sempre avaliar os riscos
A empresa deve estabelecer e manter procedimentos para a identificação contínua de perigos, a avaliação de riscos e a implementação das medidas de controle necessárias. A identificação e avaliação dos perigos é fundamental e deve incluir atividades de rotina e não-rotineiras, entre outros, bem como os trabalhadores, contratados, visitantes e outros que não estejam sob o controle direto da organização.
Os procedimentos para a identificação de perigos e para a avaliação de riscos devem levar em consideração as mudanças ou propostas de mudança na organização, em suas atividades ou materiais.
Os processos de identificação de perigo, avaliação e controle de riscos devem ser revisados dentro de um determinado tempo pré-estabelecido pela empresa para assegurar que o sistema de gestão de segurança e saúde do trabalho atenda com eficiência às mudanças e que esteja comprometido com a melhoria contínua.
A empresa deve considerar os perigos e o potencial risco associado aos processos ou operações novas ainda na fase de projeto e também nas mudanças da organização, operações existentes, produtos, serviços ou fornecedores. São exemplos as seguintes circunstâncias que devem provocar uma gerência do processo da mudança:
Nova tecnologia, equipamento ou ambiente do trabalho;
Procedimentos, práticas de trabalho, especificação do projeto ou padrões novos ou revisados;
Diferentes tipos ou classes de matéria-prima;
Mudanças significativas à estrutura organizacional e staff do local, incluindo os contratados;
Modificações de dispositivos de saúde e de segurança e de equipamento ou de controles.
Quem precisa participar do processo da gestão de mudança?
A participação dos trabalhadores e terceirizados é essencial para a gestão de mudanças. Os trabalhadores devem ser envolvidos no desenvolvimento e na revisão dos procedimentos de gestão de riscos e serem consultados sobre todas as mudanças que possam afetar a sua segurança e saúde do trabalho.
A empresa deve assegurar que quaisquer mudanças necessárias resultantes de ações corretivas e ações preventivas sejam feitas na documentação do sistema de gestão da SST.
Um dos grandes desafios das empresas atualmente é o de atender as regras de transmissão e envio de informações ao eSocial, em particular os eventos ligados à SST. O atendimento de tais regras influenciará no processo de mudança cultural e de gestão das empresas.
Sendo assim, o primeiro passo é definir os objetivos estratégicos e a nova missão da empresa. Com isso também é necessário construir uma equipe de mudança e envolver as pessoas nessa nova prática.
Algumas estratégias podem ser aplicadas para a gestão de mudanças nas organizações. Uma delas consiste em preparar e treinar os empregados para os novos procedimentos introduzidos pela mudança. Além da educação, o tempo é fundamental para que as pessoas incorporem os novos conceitos.
Planejar, aplicar e medir os impactos das mudanças
Mudanças devem ser planejadas de forma sistemática. Ao mesmo tempo, as empresas devem usar o processo para identificar oportunidades de segurança e saúde do trabalho e para reduzir riscos.
Existem alterações que ocorrem frequentemente com relação às normas de segurança e saúde do trabalho publicadas por órgãos do governo. Estas alterações devem ser acompanhadas constantemente pelas empresas, a fim de que não gerem problemas quanto ao descumprimento das leis, o que poderia gerar a aplicação de multas pelos respectivos órgãos do governo.
Toda mudança proposta nos processos de trabalho das empresas poderá exigir a implantação de normas de segurança e saúde do trabalho e para isso deverá haver um planejamento para o atendimento legal, que muitas vezes irá exigir a elaboração de documentos e a capacitação dos envolvidos.
Portanto, efetivamente, gerir a mudança exige reavaliação contínua do seu impacto, do comprometimento das equipes de trabalho e da capacidade para lidar com as consequências de cada etapa da mudança.
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